Os cartazes nas mãos dos manifestantes dizem que o gigante
acordou. Será mesmo?
Se o
fez, ainda que inebriado pelo sono, foi com o olhar voltado para si mesmo, suas
mazelas, misérias, incapacidades, para se ver amarrado pela burocracia e mal
conduzido pelo corporativismo de um Estado inchado de maneira ideológica por
políticos corruptos, que pesam tanto pelos seus elevados salários, verbas de
gabinete e outras tantas que mais parecem brincadeiras de mau gosto. Situação
que só se agrava quando temperada com o despreparo, desinteresse político e a
falta de vontade de trabalhar e produzir aquilo que a população que os elegeu
aspira de seus legítimos representantes. Somando-se aí o mau caráter que
legisla em causa própria, beneficiando amigos, parentes e empresários bandidos
que transformam a Casa do Povo num mero balcão de negociatas escusas. Políticos
que quando apanhados pela mídia em seus erros, não fogem nem se abalam, pois
sabem que estão numa posição inatingível, revestidos por sua cara de pau e pela
blindagem que lhes é proporcionada pelo cargo, por seus pares, pelos partidos
políticos e pela legislação criada pelos bandidos, digo, políticos anteriores
e, garantida por um sem número de advogados que são atraídos pelo dinheiro
fácil e que estarão sempre prontos a aplicar as leis, cheias de atalhos e
caminhos curvos que, no mínimo, produzem um enorme atraso que conduz de modo
infalível ao esquecimento popular, tendo como resultado final aquela ¨pizza¨ que todos estamos acostumados desde sempre.
Diante
disso, que continuem os populares a caminhar e dançar pelas ruas com seus
cartazes, conduzidos na maioria por jovens sonhadores e outros tantos nem tão
jovens assim, porém, com a vontade e a crença de ver suas reclamações
atendidas, já que a voz das ruas chegou aos ouvidos da presidenta e do
engessado congresso.
A
lamentar, fica o engrossamento das fileiras por vândalos que destroem o
patrimônio público e privado, as construções históricas e inibem a participação
de mais pessoas. O enfrentamento desses vândalos com a polícia que só está lá
por força de ordem e são tratados não como brasileiros que também almejam as
mesmas mudanças, mas como alienígenas pelo simples fato de estarem fardados.
Aliás, farda aqui é igual a pecado, já que o País tem um profundo desequilíbrio
para a esquerda que pode ser medido pelo nosso atraso em educação, saúde e
segurança, sem falar na falta de infraestruturas que impulsionariam a
indústria e por consequência o comércio, o que seria a solução para um País
mais igual e sem miséria (e sem esmola).
Para
continuar lamentando, outros covardes se somam a burrice dos vândalos, mas
estes por profissionalismo. Ocultados em meio a multidão de manifestantes e se
passando por tal, ladrões identificaram o momento de roubar lojas e veículos.
Rostos cobertos indicam esses covardes. Bandeiras, bonés e camisetas e/ou
subtítulos dentro da passeata indicam outros oportunistas: partidos políticos,
sindicatos e aspirantes a isso. Imediatistas que lucrarão mesmo que o movimento
popular não dê em nada. Com certeza os veremos na próxima eleição.
Afinal,
apesar de todos os espinhos a rosa ainda é bela. Que os brasileiros não percam
o momento que causou surpresa a tudo e a todos, tenham persistência.
Um grande
viva aos jovens que mantém suas cabeças nas estrelas e os pés nas ruas e
avenidas de nossas cidades.
Junho
de 2013.
O
Druida.
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