quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um pequeno passo, ainda que sem direção

             Os cartazes nas mãos dos manifestantes dizem que o gigante acordou. Será mesmo?
            Se o fez, ainda que inebriado pelo sono, foi com o olhar voltado para si mesmo, suas mazelas, misérias, incapacidades, para se ver amarrado pela burocracia e mal conduzido pelo corporativismo de um Estado inchado de maneira ideológica por políticos corruptos, que pesam tanto pelos seus elevados salários, verbas de gabinete e outras tantas que mais parecem brincadeiras de mau gosto. Situação que só se agrava quando temperada com o despreparo, desinteresse político e a falta de vontade de trabalhar e produzir aquilo que a população que os elegeu aspira de seus legítimos representantes. Somando-se aí o mau caráter que legisla em causa própria, beneficiando amigos, parentes e empresários bandidos que transformam a Casa do Povo num mero balcão de negociatas escusas. Políticos que quando apanhados pela mídia em seus erros, não fogem nem se abalam, pois sabem que estão numa posição inatingível, revestidos por sua cara de pau e pela blindagem que lhes é proporcionada pelo cargo, por seus pares, pelos partidos políticos e pela legislação criada pelos bandidos, digo, políticos anteriores e, garantida por um sem número de advogados que são atraídos pelo dinheiro fácil e que estarão sempre prontos a aplicar as leis, cheias de atalhos e caminhos curvos que, no mínimo, produzem um enorme atraso que conduz de modo infalível ao esquecimento popular, tendo como resultado final aquela ¨pizza¨  que todos estamos acostumados desde sempre.
          Diante disso, que continuem os populares a caminhar e dançar pelas ruas com seus cartazes, conduzidos na maioria por jovens sonhadores e outros tantos nem tão jovens assim, porém, com a vontade e a crença de ver suas reclamações atendidas, já que a voz das ruas chegou aos ouvidos da presidenta e do engessado congresso.
             A lamentar, fica o engrossamento das fileiras por vândalos que destroem o patrimônio público e privado, as construções históricas e inibem a participação de mais pessoas. O enfrentamento desses vândalos com a polícia que só está lá por força de ordem e são tratados não como brasileiros que também almejam as mesmas mudanças, mas como alienígenas pelo simples fato de estarem fardados. Aliás, farda aqui é igual a pecado, já que o País tem um profundo desequilíbrio para a esquerda que pode ser medido pelo nosso atraso em educação, saúde e segurança, sem falar na falta de infraestruturas que impulsionariam a indústria e por consequência o comércio, o que seria a solução para um País mais igual e sem miséria (e sem esmola).
           Para continuar lamentando, outros covardes se somam a burrice dos vândalos, mas estes por profissionalismo. Ocultados em meio a multidão de manifestantes e se passando por tal, ladrões identificaram o momento de roubar lojas e veículos. Rostos cobertos indicam esses covardes. Bandeiras, bonés e camisetas e/ou subtítulos dentro da passeata indicam outros oportunistas: partidos políticos, sindicatos e aspirantes a isso. Imediatistas que lucrarão mesmo que o movimento popular não dê em nada. Com certeza os veremos na próxima eleição.
             Afinal, apesar de todos os espinhos a rosa ainda é bela. Que os brasileiros não percam o momento que causou surpresa a tudo e a todos, tenham persistência.
              Um grande viva aos jovens que mantém suas cabeças nas estrelas e os pés nas ruas e avenidas de nossas cidades.



                                                                              Junho de 2013.



                                                                              O Druida.

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